A queimada de monumentos, uma problemática a ser estudada

 Há pouco um grupo de pessoas manifestaram-se contra o racismo, e contra a desigualdade, ateando fogo no monumento em homenagem a Manuel Borba gato.

Borba gato, foi um dos mais célebres bandeirantes que existiu na colônia portuguesa, além de ter sido um grande explorador de territórios e descobridor de minas. Entretanto vale lembrar que o trabalho denominado de bandeiras, se fazia mediante a "caça" de índios, negros e escravos fugitivos.

E é exatamente nesse ponto em que mora a problemática citada acima, vejamos, o Brasil é um país em desenvolvimento que ainda luta contra o racismo estrutural e a desigualdade social, ambos fatos extremamente visíveis na sociedade. Antes de tudo, é necessário olhar com a perspectiva daqueles que atearam fogo no monumento de Borba gato como forma de chamar atenção para uma questão tão antiga quanto atual. Para esses, é estarrecedor que se tenha um monumento histórico que lembre, represente, ou "privilegie" de certa forma, alguém que tenha feito parte da ordem dos Bandeirantes. Que tenha participado de atos de escravidão e de racismo, ao mesmo tempo em que, a sociedade contemporânea luta contra tais preconceitos. 

Mas como historiador, se faz necessário entender tal problemática como um todo, não somente visando os motivos que incitaram tais grupos periféricos a se manifestarem contra a escultura, mas também, compreendendo a sociedade da época colonial, seus pensamentos e ações, sem julgar o passado, é válido ressaltar ainda, que a exploração de minas e a expansão territorial teve acima de tudo, uma grande importância para a colônia portuguesa, e que, o Brasil hoje independente, dependeu de tais fatores para se tornar o país que é. Não há uma resposta simples, ou uma solução fácil para tal problemática. Mas é preciso pensar que o estudo, e a busca pela informação não somente dos grupos manifestantes, mas por parte daqueles que homenageiam algo ou alguém, devem partir do pressuposto de que para toda verdade há dois lados opostos. E que antes de se chegar a uma conclusão, é necessário entender e compreender ambos os lados.

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